20 fevereiro 2013

Crônica: Campainha maldita

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Hoje acordei feliz. Quer dizer, fui acordada antes dos primeiros raios de sol, pelo barulho insistente da campainha tocando. Levantei tão sorridente quanto alguém que sai de casa sem guarda-chuva e na volta chega encharcada em casa, ou seja, mais sorridente e feliz, impossível. Pra piorar, sentia uma dor de cabeça infernal.
Ok, atendi a porta e dei de cara com alguém sorridente - sorridente de verdade. Só que o sorriso foi morrendo aos poucos e de repente escutei um “Desculpe, casa errada”, seguido da pessoa desconhecida correndo para algum outro lugar.
Senti uma pontada na cabeça. É, vai ver o fato de ter acordado de madrugada com uma dor de cabeça horrível não tenha sido algo legal.
Pensei em voltar a dormir. Deitei na cama e fechei os olhos. Só me restava voltar a dormir, mas é claro que aquela dor de cabeça não ia deixar, não mesmo.
Rolei pra um lado, pro outro, nada. Dor de cabeça um, eu, zero.
Levantei da cama e fui atrás de um remédio; tomei e esperei o efeito – quer dizer, esperar no sentido figurado, porque passaram uns cinco minutos e eu já queria tomar o remédio de novo.
Deitei na cama de novo e fechei os olhos. Respirando fundo, aos poucos, fui sentindo a dor passar. O sol já devia estar nascendo, mas tudo bem, era domingo – pois é, acordei de madrugada em um domingo.
O sono estava quase voltando e a dor diminuindo gradativamente... Até que, sim, ouço a campainha de novo e como num estalar de dedos, minha dor de cabeça voltou a me perturbar.
Sim, tenho pena de quem estiver atrás da porta... Campainha maldita!
 
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